XII marcha da Primavera
27 Março de 2004
Segundo a lenda, no Castelo de Almourol vivia um casal mouro que tinha uma filha de nome Ari tendo-se apaixonado por um rapaz cristão. Os pais para impedirem que a sua filha fugisse, pearam-na (pear: atar uma corda à perna, presa a outro objecto). É com a lenda de Ari peada que surge o nome de Arripiado.
E foi nesta aldeia debruçada sobre o Tejo, com casas brancas, ruas estreitas e íngremes, embelezada em todos os cantos por flores...muitas flores, que as entidades organizadoras – C.I.M.O Clube Ibérico de Montanhismo e Orientação e a F.P.C.M. - Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, elegeram, para aí se dar inicio em 27 de Março de 2004 a “XII Marcha da Primavera”.
No cais fluvial do Arripiado e bem junto àquele que é o maior rio da Península Ibérica - o Tejo - reuniram-se mais de cem montanheiros/pedestrianistas chegados de muitas regiões do país, onde destacámos a enorme e sempre simpática representação dos montanheiros da Adefacec.
Com a luminosidade própria de um dia primaveril, onde nem a brisa fria foi impeditiva da boa disposição, procederam-se aos derradeiros ajustes ao equipamento, antes de iniciarmos a caminhada pela freguesia de Carregueira, pertencente ao Concelho da Chamusca.
Dados os primeiros passos, fomos “brindados” pela frugalidade de floridos pessegueiros, na imensidão de belos laranjais, contrastando com a frialdade de desbotados canaviais.
Entre a charneca e a lezíria, num trilho arenoso ladeado por eucaliptos e pinheiros, mais além ziguezagueando por um verdejante tapete de erva, donde espreitavam tonalidades variadas de flores campestres, torneámos imponentes sobreiros, também eles observados em elípticos voos, ensaiados por tordos, piscos e milhafres!
Nesta terra, onde o Tejo se deita, tradicionalmente ligada à criação de cavalos e toiros de lide, com predominância para a agricultura e a silvicultura, foi fustigada, no verão passado por violentos, cruéis e devastadores incêndios. Esses fogos dizimaram cerca de 400 dos 750 km2 do Concelho! O espírito desta marcha, também foi o de transmitir a nossa solidariedade, deixando uma mensagem de carinho e sobretudo de esperança para as suas gentes.
Depois de “absorvidos” os dezassete quilómetros do percurso, quis a autarquia local presentear-nos com uma deliciosa prova de produtos regionais. A beleza do local escolhido – o miradouro do Castelo de Almourol - ombreava com a qualidade da gastronomia regional!
Neste evento do calendário nacional, o C.I.M.O esteve irrepreensível, tendo-se notado a ausência de um representante da Federação.
Assim e da melhor forma possível terminámos esta jornada bem no coração do distrito de Santarém – Arripiado, aldeia do Tejo.
Texto: F.Beça
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Adefacec2012
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