Iniciamos o reconhecimento pelas 10:00h em S. Lourenço da Montaria. Chovia copiosamente. Caminhando num trilho secular, logo nos primeiros 100 metros de subida, o nevoeiro fez a sua aparição! A água, na sua vertiginosa e cadenciada descida pela montanha, escolhe o percurso no qual se sente mais confortável...e o caminho que durante séculos serviu populações, uniu aldeias, trocou sorrisos, escondeu choros e sofrimentos - hoje - já sem qualquer serventia, nem manutenção e entregue ao abandono, serviu confortavelmente os desígnios da Mãe Natureza: a água ocupou-o, transformando-o num autêntico ribeiro!!!
Sabíamos que com tanta água, nem o melhor equipamento de montanha nos consegue proteger. Já estávamos bem molhados. Com dificuldade em distinguir o trilho, parávamos constantemente para consultar o GPS. Sempre a subir e com o nevoeiro mais intenso, ainda vislumbramos uma manada de garranos que curiosamente olhavam para nós, como se interrogando: com tão mau tempo o que fazem estas duas almas por aqui?!?!
Prosseguimos a ascensão. A par da subida, as dificuldades - tanto físicas como anímicas - iam aumentando. Deparamos, bem á nossa frente, com uma linha de água. Consultamos novamente o GPS. Não restava dúvida: tínhamos que a transpor!!! Separamo-nos. Em sentido oposto e ladeando-a, tentávamos observar o local mais estreito que nos permitisse, em segurança, ultrapassá-la.
- Ei-lo, disse eu!!!
Afinal estava ao alcance de uma larga e bem calculada passada...!!! Formei o salto. A vegetação que se encontrava da outra margem e onde o meu pé deveria pousar, inesperadamente cedeu! A queda foi inevitável. Em breves segundos, senti o corpo a gelar! A corrente, com o vigor da sua força, impetuosamente se mantinha na persistente teimosia de me arrastar com ela! Resisti. Consegui agarrar-me a uns arbustos e passar para a outra margem. Aliás, era esse afinal o grande objectivo!
Não foi este incidente que nos demoveu de continuar com o reconhecimento do trilho! Agora, completamente molhado, estaria bem mais à vontade para lidar com tanta água...!!!
Inesperadamente avistamos uma ave de rapina que bem pertinho de nós, bateu em voo! mais umas passadas na calçada repleta de água e outra escorregadela...nova queda, felizmente, sem consequência!
Estávamos praticamente na parte mais alta da montanha quando fomos alertados por um forte e ritmado barulho. Mais uns passos à frente e observamos um "mar" de água!!! Existiam zonas com mais de 20 metros de largura!!! A sua profundidade aliada à forte corrente, desencorajou-nos completamente. Agora o vento soprava com mais intensidade. O nevoeiro intensificou-se e a chuva, ao bater no rosto, magoava-nos.
Os avisos da montanha eram evidentes. A mensagem estava lá e prontamente foi descodificada.
- Não!
Eis chegado o momento de dizer: basta! de desistir!
- Não!
Eis chegado o momento de dizer: basta! de desistir!
O regresso foi religiosamente percorrido pelo mesmo trilho que assistiu à nossa ascensão.
Para nos animar um pouco, mais umas miseráveis quedas...que felizmente, nos fizeram rir!!!
Para nos animar um pouco, mais umas miseráveis quedas...que felizmente, nos fizeram rir!!!
Nesta tentativa gorada de reconhecimento, só paramos cerca de 2 minutosamos na antiga casa florestal para beber um pouco água... e no entanto foram necessárias 4 horas para percorrermos cerca de 7 Km!!!
...Na viagem de regresso, tivemos oportunidade de observar as bacias hidrográficas do Lima, Cávado e Ave galgando as suas margens.
...Porque hoje, 13 de Fevereiro, foi um dia de verdadeiro, rigoroso e implacável Inverno...
Partilho, para memória futura, algumas fotos... com pouca qualidade. Foram as possíveis!
Dia 27, festejamos o nosso aniversário!!!
Venha conhecer a incomensurável beleza da Serra d' Arga. Dê-nos o prazer da sua presença!
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Foto de: Vitor Pinto
Foto de: Vitor Pinto
Foto de: Vitor Pinto
Foto de: Vitor Pinto
Promoção de comportamentos, dignos, para uma vida saudável e feliz.
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