Sempre que a disponibilidade o permita, tentarei, ao longo de algumas semanas, levar até si algumas memórias de actividades de outros tempos.
Porque as boas memórias deverão estar preservadas no baú das nossas recordações e, de tempos a tempos, cuidadosamente retirá-las, arejá-las.... e carinhosamente partilhá-las... especialmente consigo.
7 de Fevereiro de 2004
“À DESCOBERTA DO PORTO IV “
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Caminhar e conhecer as freguesias de Paranhos e Ramalde
Quis a mui nobre leal e invicta cidade do Porto, acolher nas suas freguesias de Paranhos e Ramalde, no dia 7 de Fevereiro de 2004, a primeira marcha do ano da Associação Desportiva da Efacec.
Nevoeiro e algum frio não bastaram para arrefecer o ímpeto dos pedestrianistas que marcaram presença no aurorescer do dia.
Quem não deixou os seus créditos por pés alheios, foram os Restauradores da Granja, representados pelo espírito galvanizador e alegre do seu grupo de montanhismo/pedestrianismo.
Na igreja de Paranhos iniciou-se a marcha que calcorreou muitas ruas, avenidas, praças e vielas da cidade. Foram referenciados fontenários, palacetes – alguns em adiantado estado de degradação – figuras ilustres, tanto da cidade como do país, instituições, antigas fábricas, ruas e avenidas.
No Largo das Regateiras, local de pausa, ficámos a saber que daí partiam as estradas para Valongo e Guimarães.
A actual Praça do Marquês de Pombal, hoje a ver nascer uma das principais estações do metro, era o local onde antigamente se comercializava a aguardente, adquirindo talvez por isso o nome de Largo da Aguardente.
Arca-de-Água, um dos mais belos e inspiradores jardins, outrora foi detentor de um enorme e infindável manancial de água que alimentava a cidade!
Enorme espaço com 90.000m2, a Quinta do Covelo, já chamada de Lindo Vale e Bela Vista, fundada em 1720 por um fidalgo da Casa Real, constitui um arejado e aprazível local. Como nota negativa, fica o abandono dado à quinta e às suas diversas capelas particulares.
Nas ruas graníticas, onde a humidade as torna ainda mais escuras e austeras, recordamos também todos aqueles que sucumbiram pela tirania da guerra entre os Absolutistas e Miguelistas.
Em Ramalde, admiramos toda a beleza arquitectónica da entrada da Quinta da Prelada...
O seu estilo de passagem do Barroco italiano para o Rococó e intimamente ligado ao Porto (onde casou e morreu) realizou obras de pintura e de talha, ergueu igrejas, palácios, chafarizes, casas de campo e jardins. Referimo-nos, obviamente, ao talentoso artista plástico Italiano - Nicolau Nasoni.
... Em Ramalde também ficamos muitos tristes com o total abandono e desleixo patrimonial a que está entregue a Quinta da Prelada.
Já cansados, pelas horas em que as nossas pernas sustiveram o peso dos nossos corpos, ficou-nos na alma toda a leveza, encanto e paixão de tão simples, únicos, mas sublimes momentos!
Texto: F. Beça
Nota: Esta atividade foi planeada e desenvolvida pelo nosso companheiro Jorge Ribeiro.
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