sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Memórias - VIII Marcha Nacional de Veteranos - 2/5 Outubro 2003 - Sintra



VIII Marcha Nacional de Veteranos
Sintra e Costa do Oeste
3/5 de Outubro de 2003

 
Quis o destino que a bonita localidade de Azóia, situada a curta distância da zona mais ocidental da Europa – o Cabo da Roca – recebesse de 3 a 5 de Outubro de 2003, num belíssimo dia de Sol, cerca de 130 montanheiros vindos dos mais diversos pontos do país (Olá Açores!) para a VIII Marcha Nacional de Veteranos numa organização do CIMO/F.P.C.


Inaugurou-se o troço da GR 11 – E 9 "Caminho do Atlântico" do “Caminho de Santiago”, um percurso pedestre transeuropeu que se inicia em São Petersburgo (Rússia), decorrendo pela Costa Norte da Europa, passando pela Corunha e Santiago de Compostela, entrando em Portugal por Valença e terminando no Cabo de S. Vicente.

Foram feitos agradecimentos à Câmara Municipal de Sintra, na pessoa da Dr.ª Teresa Ramilo (grande amante deste desporto), ao técnico Luís Jacinto e à Federação Portuguesa de Campismo, na pessoa do seu director técnico, Joaquim Gonçalves. Terminado o protocolo iniciou-se a "VIII Marcha Nacional de Veteranos", com uma esplêndida paisagem de fundo e na companhia dos montanheiros da Associação Desportiva da Efacec, que integravam a comitiva.

Mochila às costas e pés ao caminho, os 14 km da jornada prometiam! A disposição era boa e da curiosidade nem se fala.

Ulgueira com as ruas pequeninas e as suas casas tão arranjadas era um encanto! Rumámos para Oeste, passámos por trilhos que circundavam pequenas colinas, escondendo-se algumas vezes em enormes canaviais. Bem lá longe, avistámos a imensidão terna e cristalina do mar. Estava consumada talvez a mais feliz união do cosmos - o Mar e a Serra!!!

Por arribas enormes, numa sucessão de falésias, palmilhámos 306 degraus que nos proporcionaram viajar cerca de 25 milhões de anos no tempo. Testemunhámos estupefactos, tatuadas na rocha, pegadas de seres dessa época – os dinossauros. Estávamos em plena Praia Grande - quiçá o seu nome advém desses míticos e enormes seres!

O Sol queimava! Estávamos a necessitar de parar um pouco, ordenar as nossas emoções, repousar o nosso corpo e saciar o nosso estômago! Praia das Maçãs foi a anfitriã de tão fortes argumentos.

Bem à nossa frente pudemos contemplar arribas quase verticais, encontrando dunas primárias e embrionárias. Areias repousavam em faixas rochosas, sendo habitat natural de feno-das-areias, cruce marítima, morganheira-das-praias ou a barrilha espinhosa. Sempre na orla marítima e no sentido Sul-Norte, deparámos, bem lá ao longe, com uma minúscula chaminé, depois um telhado, a seguir uma varanda e assim sucessivamente. Sim, estávamos na presença de uma das mais pitorescas aldeias portuguesas – Azenhas do Mar – um autêntico presépio vivo! A nossa alma encheu-se com este contemplativo momento que lhe oferecemos.

Dunas fosseis, em plataformas litorais calcárias que sobressaíam em todo o tecido verde formado em seu redor, puderam ser apreciadas na Praia de seu nome: Aguda. Entre o lagarto que vimos, o peneireiro-comum, o melro azul e o rabirruivo que não vislumbrámos, sobrou-nos algum suor do corpo e ficou-nos muita, mas muita emoção na alma! Magoito foi o culminar da nossa marcha, mergulhada no cristalino e suave azul do oceano.
Ficou-nos perpetuada na memória a brisa, o aroma, o sabor e o sentir de um dia inesquecível.

Sintra e o seu Parque Natural, orgulha-se, desde 1995, de pertencer ao "Património Mundial da UNESCO", categoria de Paisagem Cultural.

Assim, os montanheiros da Efacec, poder-se-ão orgulhar de ter palmilhado trilhos destas belas terras de Sintra, dando, desta forma, o seu contributo para a divulgação, o crescimento e engrandecimento do montanhismo/pedestrianismo no nosso país.

Texto: F. Beça.
Fotos: F. Beça|M. Maia



















Promoção e comportamentos de vida saudável e feliz.
Adefacec2012

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