Reflectida na limpidez da água, podemos observar a quietude de mais de duas centenas de montanheiros que a 14 de Fevereiro, numa manhã fria, excessivamente fria, emolduraram as deleitosas margens de uma não menos acolhedora e magnificente albufeira, situada bem perto de Macedo de Cavaleiros - a albufeira do rio Azibo.
Depois de, no espelhado bar junto à barragem, saciarmos o estômago e aquecermos o corpo com um café, as boas vindas, assim como algumas recomendações foram transmitidas aos presentes, os quais estavam todos bem agasalhados em coloridos fatos para o frio, onde gorros, cachecóis, luvas e quentes meias, protegiam os seus corpos da temperatura negativa que se fazia sentir.
Ladeando a margem da albufeira, o trilho, logo no início, já transmitia marcantes sinais de rara beleza. Surgem galerias de vegetação ripícola ou ribeirinha, cujo dossel arbóreo é dominado por amieiros Alnus glutinosa e freixos Fra floresta. Quercíneas autóctones imprimem à paisagem um carácter notável e singular. O sobreiro, Quercus suber e a azinheira, Quercus rotundifolia, quercíneas de folha persistente, são as árvores mais representadas na area protegida, e tanto ocorrem na forma de bosques densos e pouco intervencionados pelo Homem, como em maciços esparsos e moldados pela acção humana (montados de sobro e azinho). Todos eles apresentam um enorme valor ecológico, económico e social, sendo considerados dos mais bem preservados no norte de Portugal. O carvalho-negral, Quercus pyrenaica e o carvalho-cerquinho, Quercus faginea, são os representantes de folha caduca e conferem uma riqueza extra à paisagem. Com toda esta diversidade de vegetação, os primeiros comentários, assim como os registos fotográficos, não se fizeram esperar!
Depois de, no espelhado bar junto à barragem, saciarmos o estômago e aquecermos o corpo com um café, as boas vindas, assim como algumas recomendações foram transmitidas aos presentes, os quais estavam todos bem agasalhados em coloridos fatos para o frio, onde gorros, cachecóis, luvas e quentes meias, protegiam os seus corpos da temperatura negativa que se fazia sentir.
Ladeando a margem da albufeira, o trilho, logo no início, já transmitia marcantes sinais de rara beleza. Surgem galerias de vegetação ripícola ou ribeirinha, cujo dossel arbóreo é dominado por amieiros Alnus glutinosa e freixos Fra floresta. Quercíneas autóctones imprimem à paisagem um carácter notável e singular. O sobreiro, Quercus suber e a azinheira, Quercus rotundifolia, quercíneas de folha persistente, são as árvores mais representadas na area protegida, e tanto ocorrem na forma de bosques densos e pouco intervencionados pelo Homem, como em maciços esparsos e moldados pela acção humana (montados de sobro e azinho). Todos eles apresentam um enorme valor ecológico, económico e social, sendo considerados dos mais bem preservados no norte de Portugal. O carvalho-negral, Quercus pyrenaica e o carvalho-cerquinho, Quercus faginea, são os representantes de folha caduca e conferem uma riqueza extra à paisagem. Com toda esta diversidade de vegetação, os primeiros comentários, assim como os registos fotográficos, não se fizeram esperar!
Agora, mais para noroeste, aguarda-nos aligeirada subida, a qual seria suficiente para rápidamente aquecermos, desabotoando roupa e prescindir de alguns agasalhos. Santa Combinha, freguesia escondida no meio da albufeira, já espreitava! A passagem pela capela, fechada, e rodeada pela rua que a comprime, antecede a visita, de portas abertas, à igreja matriz, lá bem no alto e protegida por esmerado muro que a contempla e abraça. Em baixo, testemunhamos gélida fonte, que nem as destemidas bastonadas de decisivos montanheiros foram suficientes para furar a grossa camada sólida de água gelada! Aqui, decisivamente procedemos à tão desejada, retemperadora e merecida pausa. Calmamente, deixamos a aldeia por um caminho descendente que de novo nos conduziu à albufeira e pudemos apreciar, em terreno xistoso, algumas hortas, oliveiras, pinheiros e sobreiros.
Garças, cegonhas, patos e mergulhões, possuem observatórios próprios que espalhados ao longo da margem, e sem os perturbar, constituem óptimos locais onde os mais interessados podem seguir atentamente e estudar algumas fases das suas vidas. O frio que ainda se fazia sentir, já não era nesta altura, suficiente para arrefecer o ânimo, a satisfação e a alegria que contagiava os montanheiros. E assim foram percorridos os cerca de sete quilómetros do percurso. O apetite já era muito. Chegava a hora de o satisfazermos. Uns, espalhados pelas margens da praia do Azibo - que no verão faz a delícia de muitos, ostentando orgulhosamente a bandeira azul - abriram mochilas, retiraram e partilharam iguarias e recolheram, entre alguns sorrisos, muitas simpatias. Outros, concentrados num restaurante, degustaram com satisfação algumas especialidades da região, onde, nesta altura do ano, sobressaem os famosos enchidos de fumeiro.
Do outro lado da IP4, Podence e os Caretos aguardavam ansiosamente a nossa chegada.
São as máscaras de lata, o jogar da farinha, os gigantones, o museu, as fotos, as tasquinhas com produtos regionais, a enorme tenda, a brincadeira, a alegria e o excesso. É o Entrudo - o místico, o profano, o secular, o genuíno!
Frenética e teimosamente, os Caretos quebram a solidão do longo Inverno, fazendo-se ver, em pomposas franjas de coloridos mantos os chocalhos que, alegre e impiedosamente se sentem e ouvem no bater ritmado nas afoitadas moças que vão passando! Sem dúvida que estamos na presença de uma arte, uma arte verdadeiramente popular que se perde nas memórias do tempo, mas relembrada, ano após ano, na memória do Homem!
No regresso, sempre nostálgico, transportamos as emoções acumuladas ao longo de mais um dia bem passado, onde podemos reviver e conviver, num ambiente fraterno e hospitaleiro, ancestrais tradições, numa zona de Trás-os-Montes singularmente encantadora e enternecedora. Apelidada de Terra Quente. Hoje, por sinal bem fria!
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