domingo, 1 de julho de 2012

Memórias - Abrilmarão2004 - Adefacec por terras de Pascoaes


Sempre que a disponibilidade o permita, tentarei, ao longo de algumas semanas, levar até si algumas memórias de actividades de outros tempos.
Porque as boas memórias deverão estar preservadas no baú das nossas recordações e, de tempos a tempos, cuidadosamente retirá-las, arejá-las.... e carinhosamente partilhá-las... especialmente consigo
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Abrilmarão de 2004




Montanheiros da Adefacec por terras de Pascoaes

Sendo o seu nome mencionado em 1129,  S.Gonçalo aí viveu no sec. XIII,. Antiga, castiça, possui grandes valores artísticos e históricos, como a ponte sobre o Tâmega datada do sec. XVIII, a igreja e convento de S. Gonçalo, fundada em 1540 e a sua valiosa biblioteca-museu onde são recordados, entre outros, ilustres artistas e filhos da terra como Sousa Cardoso e Teixeira de Pascoaes.

Apresenta simultaneamente   um certo ar minhoto e pirenaico, constituindo um dos pontos obrigatórios de passagem do vale do Tâmega para as terras transmontanas. Cidade portuguesa do distrito do Porto, sede de concelho e comarca, sóbria mística e encantadora – Amarante.

E foi num dia de primavera a fazer inveja a muitos de verão que em 24 de Abril de 2004, sobre a ponte e com o rio Tâmega bem ao lado, se reuniram cerca de 130 montanheiros/pedestrianistas, vindos das mais diversas regiões do país, para iniciarem mais uma “clássica” do calendário nacional – o XIV Abrilmarão – evento organizado pela secção de montanha do Amarante F.C. com o apoio da F.C.M.P.

Não deixando as suas botas por pés alheios, realce para a participação dos montanheiros da Adefacec.

Caminhando por zonas onde a viticultura predomina, produzindo-se dos melhores vinhos verdes do país, passámos por trilhos rurais que nos fizeram transpor a límpida ribeira de St. Eulália, antes de alcançarmos, no realce de uma pequena colina, a capela de Nossa Senhora do Vau.

Estávamos na freguesia de Gatão, outrora rasgada pela útil e pitoresca linha de caminho de ferro do Vale do Tâmega que fazia a ligação de Amarante a Arco de Baúlhe. E foi na antiga estação da Chapa o local eleito para saciarmos os nossos estômagos e aliviarmos as nossas pernas.

Zona onde pequenas quintas se entrelaçam como a do Assento, do Brandão, da Feitoria, de Pascoaes, da Joia, de S. Martinho e tantas outras. Destaque ainda para o solar da quinta de Pascoaes, onde nasceu, viveu e morreu (2.11.1877 - 14.12.1952) aquele que pelo vulcanismo intermitente do seu lirismo cósmico, servida por uma inesgotável imaginação, foi um dos grandes vultos de toda a literatura portuguesa. No cemitério, frontal à magnífica Igreja de S. João de Gatão, entre a estrada e soberbos laranjais, resta a memória daquele que escreveu :

«Apagado, de tanta luz que deu
Frio, de tanto calor que derramou»

Teixeira de Pascoaes

Sempre como cenário de fundo a irreverente quietude das águas do Tâmega, absorvidos pela recordação de angústia, alegria e sobretudo esperança, viajámos na mesma carruagem dos antepassados, só que desta vez sem as traves, linhas, apitos ou o cheiro a fumo!

Caminhando agora pelo trilho que durante muitos e muitos anos conduziu o comboio até Amarante, chegámos ao fim de mais uma bela jornada de montanhismo.

Pela positiva ressalta a firmeza e o empenho patenteado pela secção de montanha do Amarante F.C. na organização deste evento. Pela negativa o pouco apoio que a F.C.M.P. tem ultimamente dado e demonstrado.
Texto e fotos: F.Beça


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Promoção e comportamentos de vida saudável e feliz!
Adefacec2012

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