sexta-feira, 14 de junho de 2019


Passos de Camilo

Historiador, tradutor, cronista, crítico, dramaturgo, poeta e romancista. Constituiu um dos maiores vultos da nossa literatura. Nasceu em Lisboa a 16 de Março de 1825 e faleceu em S. Miguel de Seide no fatídico dia de 1 de Junho de 1890.
Opulento e vernáculo prosador de estilo romântico, umbilicalmente ligado, com a maneira de ser e sentir, ao povo português. Constituiu um génio! Irreverente, provocatório e de caráter instável. Homem de paixões, boémia, grandes amores e desamores. 
Porque “O amor é uma luz que não deixa escurecer a vida”
Foi o primeiro escritor português a (sobre) viver unicamente da sua escrita. Brindou-nos com um valioso legado de 260 obras literárias.
Ao longo da sua conturbada vida passou por várias localidades. Destacamos Vila Real de Trás-os-Montes, Porto, Viseu, Ribeira de Pena, Vila do Conde e Fafe.
Falamos, obviamente do ilustre e insigne escritor Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco.
Com o apoio e dedicação de várias entidades fafenses, donde relevo, o Grupo Cultural e Desportivo Restauradores da Granja, foi realizado a 1 de Junho de 2019 – precisamente no dia que completou 129 anos após a sua morte – o grandioso evento onde se homenageou o genial e intelectualmente magníloquo, de seu nome, Camilo Castelo Branco!
…Com a ansiedade que antecede os bons momentos da vida, esboçamos um leve sorriso, fechámos as pálpebras e docemente adormecemos:
Dia de luz, Sol e calor. Dia de afetos. Dia de passado e presente. Dia de futuro.
Quinta do Ermo. O seu contexto e sua envolvência. Na magnificência da sua panorâmica encontramos a impiedosa robustez e frieza do seu granito. Visualizamos Vieira de Castro e reconhecemos Camilo. Os dois, cúmplices impiedosos da forte amizade que os viu unir. 
Imaginamos meninos a brincar livremente entre a beleza do campo, sem rédeas nem limites, pisando o céu e contemplando a terra. Vislumbramos balouços de sensatez e bancos de jardins transformados em mantos cor de laranja iluminados pelo brilho corajoso de quem parte.
Apreciamos os rostos cansados daqueles que, de Sol a Sol, nos confortam, dando sentido à agilidade subtil e cadenciada de cada machadada, cruelmente desenhada na frágil textura de um pedaço de madeira e vincada na robustez do doce olhar que sobressai da candura dos seus rostos.
Recordamos vincadas rugas de alegria nas enxadas tortuosas da vida. Faces esculpidas pelo Sol e emolduradas pela candura de corações que inalam dor, mas abraçam amor.
Revivemos emoções de plena felicidade, espelhadas em fragmentos dourados pelo milho e ceifados pelo doce e carinhoso olhar da mulher.
Bebemos da cristalina água do fontenário e no seu seio merendamos.
Assistimos na cruz de Lestoso ao piedoso olhar do pintor cruelmente delapidado de todo o seu talento. Pagou, com a nobreza da vida, a desenfreada paixão pela sua amada.
Testemunhamos os braços da árvore com a qual os seus alaranjados frutos preencheram o coração do ilustre escritor.
Relembramos Vieira. Vieira de Castro, dando nome à rua que outrora fora calçada e provavelmente calcorreada por ele, vezes sem fim.
Testificamos a imponente e triunfal entrada na quinta de Pombal. Saboreamos a água da sua fonte. Protegemo-nos na sombra da sua eira. Deleitamo-nos nos seus jardins. Encantamo-nos com a incomensurável beleza da sua deslumbrante vista.
Chegamos, calma e alegremente à quinta do Ermo. Aguardava-nos animação, um criterioso merendeiro, bonitas palavras pinceladas com discursos e abraços. Muitos abraços. Ainda sobrou tempo para reforçar os laços que unem duas bonitas terras, numa importante e louvável geminação literária: Paços e Caldas das Taipas.
Camilo sempre presente. O seu legado. Os seus gostos. A sua tranquilidade. As suas angústias. A sua coragem e sobretudo a sua sabedoria humana.
Atónitos, presenciamos a precipitada fuga para a vida noutras paragens, de um iluminado no tempo e no amor…. “Foge Camilo, Foge…” 
… E docemente entristecidos, despertamos deste inesquecível sonho…!!!
Fomos, durante este sábado 1 de Junho, os mais fiéis e vivos testemunhos de uma estória que o destino fez questão de perpetuar na nossa alma e habitar definitivamente no baú das nossas melhores recordações. “Os dias prósperos não vêm por acaso. São granjeados, como as searas, com muita fadiga e com muitos intervalos de desalento”.

Um eterno reconhecimento por todo o carinho colocado por cada um e por todos, no projeto deste maravilhoso e sublime evento:
- Associação Passo d’Alegria.
- Rancho Folclórico de Paços.
- Junta de Freguesia de Paços.
- Grupo Desportivo e Cultural Restauradores da Granja.
- Grupo Cultural e Desportivo de Paços.
- Agrupamento de escuteiros de Paços.
- Sociedade de Recreio Cepanense.
- Uniões das Freguesias de Atães e Rendufe.
- Município de Fafe.
- Agrupamento de Escolas Monte Longo.
- Agrupamento de escolas de Fafe.
- Coro de Pais e Amigos da Academia de Música José Atalaya.
- Grupo de Teatro Passos da Alegria.
- Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal.
- Instituto Português do Desporto e Juventude.

Texto e fotos: Fernando Beça.











































 










































 



























































 







































































 







































































 



























































 




































































 
 
 
 
 
Com a brisa da montanha
 
 

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