quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O ENTRUDO TRANSMONTANO 14 Fevereiro














Fazer chegar até si esta mensagem é gratificante.
A sua companhia no dia 14 (Domingo) constitui um privilégio.

Designação: O Entrudo Transmontano
Dia:14.02.2010 (Domingo)
Hora : 10:00
Local : Barragem Azibo
Distância a percorrer: 6 Km
Dificuldade: Baixa
Declives pouco acentuados
Hora e local de Encontro:07:00 Efacec (Parque C)

Data limite das inscrições: 11.02.2010

Taxa de Inscrição:
Sócios: 5 €
N/sócios: 10 €
Taxa de inscrição inclui:
- Transporte
- Lembrança Regional.
- Enquadramento Técnico/Logístico

Emails: secretaria.adefacec@efacec.com
manuel.maia@efacec.com
f.beca@efacec.com
Telf: 917449907;917159204;229562433

Esta actividade terá a parceria dos nossos amigos:
Restauradores da Granja.
Azibo - A sublimidade
Albufeira do Rio Azibo
Construída em 1982, encontra-se situada no concelho de Macedo de Cavaleiros, Distrito de Bragança, entre as freguesias de Salselas, Vale da Porca, Santa Combinha e Podence. A Barragem do Rio Azibo tem uma construção em "terra batida" e serve sobretudo para o abastecimento das áreas agrícolas do concelho, assim como para o abastecimento de água potável às freguesias. Possui uma praia fluvial , com Bandeira Azul e é um local muito procurado turisticamente, sobretudo pela pesca (Lucio, Carpa e Achigâ) mas também pela caça. Aspectos de índole científica, cultural, histórica e paisagística fazem da albufeira do Azibo uma área a proteger, mas na qual se justifica permitir a sua utilização pelas populações das regiões envolventes, designadamente para a realização de actividades de recreio e lazer ao ar livre. Por constituir um repositório de vegetação natural de importância nacional, com interesse de ordem faunística, traduzido na ocorrência de espécies ameaçadas e com estatuto de protecção, decidimos realizar esta marcha, bem no coração da “Terra Quente” a qual pensamos constituir uma agradável e inesquecível referência.

Os Caretos de Podence
Expedem o inverno e saúdam a Primavera. Para os caretos o Carnaval é um ritual entre o pagão e o religioso, tão natural como a passagem do tempo e a renovação das estações. Em Podence, concelho de Macedo de cavaleiros, todos os anos é assim. Chegado o mês de Fevereiro, os homens envergam os trajes coloridos (elaborados com colchas franjadas de lã ou linho, em teares caseiros). Escondem a cabeça entre duas máscaras de lata, prendem uma enfiada de chocalhos à cintura e com bandoleiras de campainhas, despendem toda a energia do mundo para assinalar o calor e os dias maiores que se prestem a chegar. Normalmente, contam com os favores do Sol, magnânimo para quem louva o seu reino com tanto fervor. Religioso também, pois assim se marca com os últimos suspiros da folia, o início da Quaresma. Período de calma, reflexão e contenção do calendário religioso. Dizem fontes que a festa de Podence se imerge no domínio dos tempos até às antigas Saturnais romanas – celebração em honra de Saturno, Deus das sementeiras. Procura-se acalmar a ira dos Céus e garantir favores de uma boa colheita. Nesses tempos idos da agricultura de subsistência, a diferença entre a vida e a morte quase se cingia à dimensão da lavra. E a dupla máscara acentua a relação, ao lembrar uma das duas importantes divindades romanas: Jano, Deus do passado e do futuro e também do presente, senhor dos portões de entrada, da guerra, da paz e dono de todos os princípios. O filho de Apolo, que um dia partilhou o trono com Saturno e conjuntamente civilizaram os habitantes de Itália, levando-os a tal prosperidade que ao reinado chamaram era de ouro. Geralmente é representado com duas caras por ser do passado e do futuro e principalmente, por ser símbolo do SOL, que aparece de manhã e se esconde à noite. Ainda hoje a agricultura é a principal actividade da população. Da terra se extraem cereais e castanhas, tendo aumentado substancialmente nos últimos anos, a produção de azeite. A aldeia de Podence parece ter força suficiente para manter a tradição e garantir a vida a estas figuras de homens endemoninhados armados de chocalhos e rédea solta para as tropelias. Embora, explicam os mais velhos, o tempo tenha acalmado as folganças de outrora e as moças da terra já não sintam tantas nódoas no corpo. Nos anos 70, esteve a tradição por perder-se, à conta dos últimos anos de ditadura e do fenómeno da emigração. Recuperada a tradição uma década mais tarde, quando alguma prosperidade fez respirar um pouco mais as gentes do interior, que coincidiu também com o regresso de alguns dos que tinham ido à aventura noutras paragens. Hoje, serão quarenta dezenas os homens com fatos de Careto e energia para invadir a praça na aldeia domingo e terça-feira de Entrudo. E o futuro está garantido porque há muitos Facanitos (crianças com fatos idênticos aos mais velhos) prontos a tomar o testemunho. Aos outros, aqueles que não podem envergar fatiota, abrem as adegas para consolar os folgazões. A imunidade conferida pela máscara, permite aos caretos mergulhar nos excessos, sendo as mulheres solteiras as vítimas preferências. Encostam-se a elas e ensaiam estranhas danças com conteúdo erótico, agitando a cintura e batendo com os chocalhos nas ancas das vítimas que, agitando bem o corpo acompanham a dança. A essa dança dá-se o nome de “chocalhar”. Entre o barulho festivo, a risota e o alarido lembram-se outros tempos em que as mulheres se escondiam em casa, pois os foliões iam muito para além dos chocalhos, lançando cinza e dejectos e fustigando as incautas com pele de coelho seco ou bexiga de porco fumada… Para não falar no banho de formigas, broma pesada e cruel com espécimes selvagens recolhidas nos campos durante meses. Também as casas eram invadidas, panela ao lume era panela condenada a verter o conteúdo para mal da barriga dos infelizes. Ao careto, mau diabo à solta pelas ruas de Podence, querem-no bem vivo em cada Fevereiro, mesmo que à conta disso não possam dormir descansadas as moçoilas da aldeia. Porém com a internacionalização dos últimos anos, tal parece impossível. Realmente desde as Jornadas de Cultural Popular da Academia de Coimbra em 1985, importantes para o reavivar da tradição, até aos dias de hoje, os Caretos transmontanos percorrem um lento caminho que os levou de Norte a Sul do país a figurar na Capa do CD da Brigada de Victor Jara e até ultrapassar fronteiras com actuações na Disneylandia de Paris, Carnaval de Nice e Carnaval em Itália Adaptados ou não aos tempos de mais brandos costumes, o Carnaval de Podence mantém o clima fantástico de antes. Sedutores e misteriosos, os Caretos guardam a magia dos tempos em que as histórias junto à lareira franqueavam a entrada em mundos de sonho. A eles tudo se permite; o anonimato dá-lhes prerrogativas: o poder.

Por dois dias no ano os homens são crianças…
...E quem mais brinca mais poder tem!Promoção de comportamentos de vida saudável e feliz
Adefacec2010

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