terça-feira, 3 de julho de 2012

Memórias - Nas aldeias das margens do rio Ceira - 2004

Sempre que a disponibilidade o permita, tentarei, ao longo de algumas semanas, levar até si algumas memórias de actividades de outros tempos.
Porque as boas memórias deverão estar preservadas no baú das nossas recordações e, de tempos a tempos, cuidadosamente retirá-las, arejá-las.... e carinhosamente partilhá-las... especialmente consigo
.



     Nas aldeias das margens do rio Ceira
Com os montanheiros da Adefacec
1 de Maio de 2004





Thomas Colle – bem poderia ser o nome de um cantor, actor, futebolista ou talvez um príncipe...mas não!

Quinta das Àguias – poderia igualmente ser o nome de uma herdade alentejana, casa de turismo rural no Alto Douro ou empreendimento de luxo no Algarve...mas também não!

Entre as serras da Estrela, do Açor e Lousã, vive há vinte anos na Quinta das Àguias, Thomas Colle – alemão citadino - alto, franzino, de rosto pontiagudo, cabelo comprido, olhar simples e concentrado. Com ele a mãe, a mulher e mais cinco filhos. Foi no primeiro de Maio de 2004, que esta humilde família teve, pela primeira vez, a visita de cerca de duas dezenas de montanheiros, incluindo a participação de outros grupos e tendo a Adefacec como anfitriã.

Referência especial para o facto desta família viver, em total autonomia e bem no interior da serra lousã. Nessa quinta, habita também uma bela cabrada que fornece o leite indespensável para o fabrico de deliciosos queijos que constituem a sua  principal fonte de rendimentos. O queijo, depois de passar por todos os processos de fabricação é cuidadosamente embalado e transportado numa "velha carripana" até à Vila da Lousã, para aí ser comercializado!  

Numa zona onde predomina a silvicultura, podemos também observar, na sua quinta, árvores de fruto, um olival e colmeias que juntamente com as terras cultivadas, a água e o sol, constituíam elementos essenciais à vida...obviamente dura mas ecológica que estes “hippies do sec. XXI” teimosa e orgulhosamente desfrutam!

...E foi na simpática aldeia do Colmeal o local escolhido - e bem - para iniciarmos a nossa marcha.

Subindo durante cinco quilómetros, admiramos todo o esplendor da serra da Lousã que sobressaía na longínqua pequenez do caiado casario, testemunhado por rostos fustigados pela chuva que caía e se diluída no suor que por eles escorria!

Mais uns passos adiante e estávamos no Carvalhal - aldeia sanatório.
Segundo a lenda, seria o local eleito pelas pessoas, para aí se corarem de várias maleitas e propício para as mulheres procriarem – com a esperança que paririam filhos fortes e saudáveis!

Urze, tojo, pinheiros, oliveiras, carvalhos e sobreiros polvilhavam um trilho, aguarelado pela primavera e onde ao nosso redor o olhar se perdia no contemplativo e platónico momento da imensidão terna e harmoniosa da serrania!

Agora, no limiar da nossa visão, mas bem mais perto das nossas almas, podemos admirar no interior do leito que o abraça e por entre as margens que o vigiam e protegem, o fascinante serpentear do rio Ceira!
.
Foi sem dúvida um peculiar fragmento contemplativo de singular beleza, onde angelicamente a harmonia se reuniu e se uniu, muito para lá do tempo, ao simples, perfeito e belo!
Texto e fotos: F.Beça

clique p.f. p/ ampliar


































Promoção e comportamentos de vida saudável e feliz!
Adefacec2012

2 comentários:

  1. Belos tempos !! :)
    Adorei esta caminhada. Um sossego e uma paisagem linda :)
    Beijo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá ângela,
      Foi também como o "descobrir" a Lousã.
      Penso que tudo foi magnífico...
      ...e tinhamos menos 8 anos sobre o esqueleto...

      1 Beijinho,
      F. Beça

      Eliminar